sábado, 23 de fevereiro de 2008

Canal Estudante - Invertebrados + Floresta Amzônica

Unidade I – Floresta Amazônica: O “pulmão do mundo”

Capítulo Um

A Floresta Amazônica: A maior floresta tropical do mundo

A flora amazônica ainda é praticamente desconhecida, com um fantástico potencial de plantas utilizáveis para o paisagismo, e é constituída principalmente de plantas herbáceas de rara beleza, pertencentes às famílias das Araceæ, Heliconiaceæ, Marantaceæ, Rubiaceæ, entre outras. Essa flora herbácea, alem do aspecto ornamental, seja pela forma ou pelo colorido da inflorescência, desempenha vital função no equilíbrio do ecossistema.
Como exemplo, temos as helicônias,com uma grande variedade de espécies com coloridas inflorescências. São de presença marcante nas nossas matas úmidas e tem uma importante função no equilíbrio ecológico. No continente americano, as helicônias são polinizadas exclusivamente pelos beija-flores que, por sua vez são os maiores controladores biológicos do mosquito palha Phletbotomus, transmissor da leishmânia, muito abundante na Amazônia desmatada. A alimentação dos beija-flores chega a ser de até 80% de néctar das helicônias na época da floração das espécies.
Com poucas espécies herbáceas e a grande maioria com espécies de grande porte, as palmeiras tem uma exuberante presença nas matas ribeirinhas, alagadas e nas serras, formando um destaque especial na paisagem amazônica. Muitas palmeiras amazônicas, como tucumã, inajá, buritirana, pupunha, caioué e outras espécies de classificação desconhecida foram muito pouco ou nada utilizadas para o paisagismo.
Quanto às árvores, o vastíssimo mar verde amazônico tem um número incalculável de espécies. Algumas delas, endêmicas em determinadas regiões da floresta foram ou estão sendo indiscriminadamente destruídas, sem que suas propriedades sejam conhecidas. Dentre as árvores mais conhecidas utilizáveis para o paisagismo, estão o visgueiro, os ingás, a sumauma, muitas espécies de figueiras, os taxizeiros, a moela de mutum, a seringueira e o bálsamo.
Crescendo sob as árvores amazônicas, encontram-se plantas epífitas, como: bromélias, orquídeas, imbés e cactos. Essas plantas são importantes para a fauna que vive exclusivamente nos galhos e copas das árvores. Dentre os animais que se integram na comunidade epífita, temos os macacos, os sagüis. as jaguatiricas, os gatos-do-mato, lagartos, araras, papagaios, tucanos e muitos outros que se especializaram nesse habitat, acima do solo. Com o corte das árvores, as epífitas desaparecem e, com elas, toda a fauna associada.
Muitas dessas plantas epífitas de rara beleza foram muito bem retratadas pela pintora Margaret Mee, durante as várias excursões que realizou na floresta amazônica. Outrora abundantes em determinadas regiões, hoje grande parte dessas plantas se encontra em populações reduzidas.
Certamente a região amazônica tem um gigantesco potencial madeireiro, de plantas utilizáveis para o paisagismo e de espécies vegetais com substâncias para uso medicinal. Mas é necessário que tais recursos sejam mantidos de forma renovável. A floresta amazônica ensina que o extrativismo indiscriminado apenas desertifica, pois ela é mantida pela camada de húmus em um solo fresco, muitas vezes arenoso.
Portanto, é imprescindível utilizar a floresta de uma forma racional. Explorando-a, mas renovando-a com as mesmas espécies nativas; e, principalmente, preservando as regiões de santuários de flora e fauna, que muito valerão, tanto no equilíbrio ecológico, quanto no regime de chuvas e na utilização para o turismo. A Amazônica, com seus 6,5 milhões de Km2 é a maior floresta tropical do mundo. Abrangendo nove países, ocupa quase metade da América do Sul. A maior parte da floresta – 3,5 milhões de Km2 – encontra – se em território brasileiro. Essa área, somada à da Mata Atlântica, representa 1/3 do total ocupado por floresta tropicais no planeta. Além da mata, existem na Amazônia áreas de cerrados e outras formações diversas, perfazendo um total de 5,029 milhões de Km2, conhecido como Amazônia legal. Com relação ao relevo, encontrando ali três formações principais. Ao sul localiza –se o planalto Central, ao norte, o planalto das Guianas e, ao centro, a planície sedimentar Amazônica, todos os com altitudes inferiores a 1500m. Na planície Amazônica destacam –se dois tipos de relevo: as várzeas, que por se estenderem ao longo dos rios estão sempre inundados, e as terras firmes, que cobrem a maior parte da planície e constituem o domínio da grande floresta.

Enorme riqueza sobre solo pobres

O solo amazônico apresenta baixos índices de nutrientes, é ligeiramente ácido e bastante arenoso, características que permitem classificá-lo como extremamente pobre. A presença de grande quantidade de matéria orgânica, carregada desde os Andes pelos rios, faz das várzeas as únicas áreas agricultáveis da Amazônia.
Na verdade, como em toda mata tropical, os nutrientes minerais encontram –se quase totalmente na biomassa vegetal ficando uma pequena quantidade no solo, sobretudo na camada superficial de húmus. A rápida reciclagem desses nutrientes, decompostos pelos microorganismo do solo e reabsorvido pelas árvores, garante o equilíbrio necessário a manutenção da floresta. A única função revelante do solo é a de dar suporte físico à vegetação. De acordo com estudos do projeto Radam – Brasil, apenas pouco mais de 10% da Amazônia possuem solo de fertilidade compatível com a atividades agrícolas.

As águas e o clima: um casamento indissolúvel

O sistema hídrico da região Amazônica é o mais imponente do mundo. O rio Amazonas e seus mais de mil afluente forma uma bacia que comporta 1/5 de toda a água doce em forma líquida do planeta. Nascendo na geleira de Yarupa, no Peru, a uma altitude de 5000m, e possuindo 6500km de extensão, com largura de até 100km, o Amazonas é o maio rio do mundo em volume de água, e o segundo maior em extensão. Sua declividade no território brasileiro é de apenas 65m, e a profundidade pode atingir 100m. Outras bacias importantes na região são a do Tocantins-Araguaia e a do Orinoco.
O clima é quente quase o ano inteiro, com uma temperatura média de 25ºC, pouco flutuante ao longo das estações. A região mais úmida do país apresenta uma pluviosidade média de 2000mm ao ano. As chuvas ocorrem no inverno, que dura aproximadamente 150 dias, e caem sob a forma de grandes temporais. O encontro de duas massas de ar, uma vinda do Atlântico norte, e outra, do Atlântico sul, é responsável por essas chuvas, sempre seguidas de céu limpo. Das chuvas que caem na bacia Amazônia, 50% provêm de água evaporada na própria bacia. A chuva resfria o ar acima da copa das árvores e este, ao se com o ar mais quente do interior da mata, provoca a condensação que irá formar novas nuvens. No verão, as nuvens formadas sobre a mata deslocam-se para o sul e são responsáveis pelas chuvas de todo o planalto Central brasileiro.

A incrível diversidade biológica

Calcula-se que dentro da floresta amazônica convivem em harmonia mais de 20% de todas as espécies vivas do planeta, sendo 20 mil de vegetais superiores, 1400 de peixes, 300 de mamíferos e 1300 de pássaros, sem falar das dezenas de milhares de espécies de insetos, outros invertebrados e microorganismos. Para se Ter idéia do que isso significa, existem mais espécies vegetais num hectare de floresta amazônica de que em todo o território europeu. A castanheira é o exemplo mais típico de árvore amazônica, sendo uma das mais imponentes da mata. De toda essa variedade, metade permanece ainda desconhecida da ciência, havendo muitas espécies endêmicas, ou seja, que vivem apenas numa localidade restrita, não ocorrendo em outras regiões.
A vegetação pode ser classificada em: mata de terra firme (sempre seca), mata de várzea (que se alaga na época das chuvas) e mata de igapó (perenemente alagada). Como já dissemos, existem também, em menor quantidade, áreas de cerrado, campos e vegetação litorânea.

O equilíbrio natural da floresta

A Amazônia, como floresta tropical que é, apresenta-se como um ecossistema extremamente complexo e delicado. Sua incrível diversidade biológicas de difícil compreensão. As imensas árvores retiram do solo toda a matéria orgânica nele existente, restando apenas um pouco na fina camada de húmus, onde os decompositores garantem a reciclagem de nutrientes. A retirada desses minerais é tão intensa que alguns rios amazônicos têm suas águas quase destiladas. Ficando praticamente sem matéria orgânica, os peixes e animais aquáticos dependem, para se alimentar, das folhas e dos frutos que caem das árvores. Para que possa ocorrer a reciclagem dos nutrientes, é preciso haver um grande número de espécies de plantas, pois cada uma desempenha uma função no ecossistema. As monoculturas naturalmente comprometem esse mecanismo e, por isso mesmo, não são recomendáveis.
Os animais, que se alimentam das plantas ou de outros animais, também contribuem, com suas fezes, para o retorno da matéria orgânica ao solo. Além disso, eles têm importante participação na polinização das flores e na dispersão dos frutos e das sementes.
As constantes chuvas que caem na Amazônia têm um papel fundamental na manutenção do ecossistema. Muitas vezes as águas nem chegam a atingir o solo, uma vez que ficam retidas nas diversas camadas de vegetação, sendo rapidamente absorvidas ou evaporando-se ao término da chuva. São elas que garantem a exuberância da floresta.
Todos os elementos, clima, solo, fauna e flora, estão tão estreitamente relacionados que não se pode considerar nenhum deles como o principal. Todos contribuem para a manutenção do equilíbrio, e a ausência de qualquer um deles é suficiente para desarranjar o ecossistema.
Retirando-se a vegetação, por exemplo, esta levaria consigo a maior parte dos nutrientes, e o pouco que restasse seria carregado pelas fortes chuvas que passariam a atingir diretamente o solo. Se a existência desse matéria orgânica, a floresta não conseguiria se reconstituir, e a tendência natural seria sua desertificação. Dificilmente, porém, teríamos um deserto total, pois a permanência dos ventos alíseos oriundos do oceano é capaz de garantir a umidade necessária para algumas formas de vegetação. Mas de qualquer maneira o ecossistema estaria destruído. E qual seria a conseqüência disso para o globo?
Durante muito tempo atribuiu-se à Amazônia o papel do “pulmão do mundo”. Hoje sabe-se que a quantidade de oxigênio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotossíntese, é consumido à noite. No entanto, devido às alterações climáticas que causa no planeta, ela vem sendo chamada de “o condicionador de ar”. O desmatamento da Amazônia pode, aparentemente, causar alterações no clima de todo o planeta, com uma possível elevação da temperatura global pela eliminação da evapotranspiração”. Além disso, o gás carbônico liberado pela queima de suas árvores poderia contribuir para o chamado efeito estufa, novamente aquecendo a atmosfera.

As potencialidade de uso para a humanidade

A importância da Amazônia para a humanidade não reside apenas no papel que desempenha para o equilíbrio ecológico mundial. A região é berço de inúmeras civilizações indígenas e, além disso, constitui-se numa riquíssima fonte de matérias-primas – alimentares, florestais, medicinais, energéticas e minerais.

Fornecimento de alimentos, madeira e produtos medicinais

Se bem utilizadas, as áreas agricultáveis da Amazônia podem fornecer alimentos em abundância. A existência de diversas espécies comercializáveis em estado selvagem, como o cacau, o palmito (açaí) e a castanha – do – Pará, faz da região um rico banco genético para futuros estudos de melhoramento de características, através de cruzamento e seleção de exemplares mais apropriadas à cultura. A floresta possui um grande numero de espécies cujo potencial de utilização já é conhecido, como o babaçu, o cupuaçu e a pupunha, e várias outras que as pesquisas ainda podem identificar como úteis ao homem.
A domesticação dos animais amazônicos – como capivara, o jacaré, a tartaruga, o peixe – boi, o mutum e a paca – traz novas alternativas de produção de alimentos. Também a pesca, se realiza com técnicas adequadas, pode ser uma rica e perene fonte de proteínas.
A presença de diversos invertebrados abre a possibilidade de utilização de algumas espécies para o controle biológicos de pragas da agriculturas. Para isso, bastaria identificar os inimigos naturais ou parasitas capazes de controlar as populações de pragas.
Inúmeras são as espécies de plantas com valor medicinal na floresta amazônica, sendo utilizadas 1300 delas. Menos de 5% das espécies foram pesquisadas para a verificação de possíveis usos medicinais, mas substâncias importantes já foram descobertas, como o curare, um potente anestésico, e o quinino, o mais precioso remédio contra a malária.
Dentre as numerosas espécies fornecedoras de madeira, apenas duas, o mogno e a cerejeira, são aproveitadas em larga escala. Possuindo 30 bilhões de m3 de madeira, a floresta apresenta grande quantidade de espécies utilizáveis, mas ainda pouco exploradas.
Uma árvore que merece destaque é a seringueira, típica da amazônica. Do seu látex fabrica-se a borracha, que, apesar dos atuais similares sintéticos, é insubstituível em diversos produtos. O Brasil já foi o maior produtor, mas hoje importa 70% da borracha que consome.

A produção de energia e as jazidas minerais

Algumas plantas são adequadas à produção de energia, tanto pela combustão direta da madeira, quanto pelo fornecimento de óleos vegetais. O óleo de copaíba, por exemplo, vem sendo apontado pelos pesquisadores como o possível substituto do diesel. Do babaçu, por sua vez, pode-se produzir álcool, carvão siderúrgico, óleo vegetal e biogás. Ambas são espécies bastante comuns na Amazônia.
A abundância de minérios na região é incontestável. Se explorados racionalmente, esses produtos podem trazer grande riqueza ao país. Os mais importantes são: o ferro ( 18 bilhões de toneladas, em Carajás), o alumínio (4 bilhões de toneladas, em Trombetas, Paragominas e Almeirim), o manganês (80 bilhões de toneladas em Carajás e Serra do Navio), o cobre (10 milhões de toneladas, em Carajás), o outro (250 toneladas, em Tapajós), o estanho (400 mil toneladas) e o níquel (90 mil toneladas). Em menor quantidade, encontra-se também na Amazônia o diamante (em Roraima), o petróleo (na plataforma oceânica e no continente), o urânio (em Roraima) e o sal-gema.
Os recursos naturais de Amazônia vêm seno explorados inadequadamente desde a chegada dos primeiros colonizadores. Como efeitos do desmatamento, que altera os hábitats naturais, registra-se um declínio drástico da diversidade biológica. Além disso, a exploração dos recursos naturais tem trazido muito pouca riqueza para a região, que ainda vive do extrativismo. Diversas queimadas, sobretudo em Rondônia, são promovidas exclusivamente para garantir a posse da terra. E toda a devastação está ocorrendo num ritmo muito maior que o das pesquisas científicas, o que dificulta a elaboração de propostas alternativas de utilização dos recursos. Mesmo assim, muita coisa pode ser feita, desde que medidas emergenciais sejam tomadas em curto espaço de tempo.

A ocupação humana na Amazônia: dez mil anos de história

Os portugueses começaram a penetrar na Amazônia no século XVII, quando a região, pelo Tratado de Tordesilhas, ainda pertencia à Espanha. A disputa por sua posse prolongou-se até 1750, quando o Tratado de Madri fixou os limites do Brasil a oeste de Tordesilhas. No fim do século XVIII, o governo do Marquês de Pombal declarou-a província independente e inaugurou a Companhia do Grão-Pará e do Maranhão, para desenvolver a região. Na época da independência, a Amazônia ainda não se integrava ao quadro nacional, mantendo muito mais relações com Portugal do que com o resto do país.
Antes da chegada dos europeus, a Amazônia era habitada por mais de 2 milhões de índios que viviam nas várzeas, as matas e nos campos, sempre às margens dos rios ou à beira-mar, sem depredar a natureza. Alguns grupos já estavam em extinção, como os Tupinambá. Outros foram totalmente dizimados pelos brancos, como os Tapajó, os Kaboquena, os Guanavena e os Manaó ( que deram origem ao nome da capital do Amazonas).
A colonização, que transformava os índios em escravos ou trazia doenças antes desconhecidas desses povos, como a gripe, o sarampo, a tuberculose e as doenças venéreas, foi aos poucos dizimando física ou culturalmente as tribos amazônicas. Esse processo acentuou-se durante o ciclo da borracha e a construção da ferrovia Madeira-Mamoré. Nas últimas décadas, a política desenvolvimentista para a Amazônia, com a abertura de estradas como a Belém-Brasília, tem acelerado o extermínio das tribos, cujas terras são reduzidas por projetos de colonização e criação de gado, empreendimentos agrícolas, e pela mineração e extração de madeiras. Enquanto não se demarcam as reservas indígenas, inúmeras rodovias e hidrelétricas vão sendo construídas em territórios ocupados pelos nativos há milhares de anos. Os conflitos entre colonos e indígenas são uma constante na região.

A crescente destruição da Floresta

Até 1980, apenas 2,47% da floresta havia sofrido alteração. Esse índice subiu para 6,5% em 1987 e para 12% em 1988, conforme relatório do Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais) divulgado em maio de 1989. Convém salientar que há uma grande polêmica em torno desses índices, uma vez que são contestados por outras instituições de pesquisa. Para calcular essa área, o INEP utilizou imagens dos satélites NOAA-9 e Landsat – 5, que captam as radiações emitidas por queimadas. Área inclui os cerrados existentes na região.
Um parâmetro fornecido pelo pesquisador Philip M. Fearnside mostra que a devastação cresce em ritmo assustador: é quase um campo de futebol a cada cinco segundos. Essa maior intensidade de remoção da cobertura vegetal está intimamente relacionada á implantação de projetos de colonização e de programas agropecuários, criados pela SUDAM (Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia) e aprovados pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). A maioria desse projetos propicia a concentração de grandes extensões de terra nas mãos de poucos, gerando graves conflitos, como os que se verificam na região do Bico de Papagaio (sul do Pará e norte de Tocantins), onde posseiros e proprietários lutam pelas mesmas terras, sendo freqüentes mortes em ambos os lados.
Com a descoberta das riquezas minerais, iniciou-se na Amazônia mais um tipo de exploração que agride violentamente o ecossistema local. A mineração é feita a céu aberto, removendo – se grandes áreas florestais. Os danos maiores são causados pelos garimpos de ouro, como o do rio Madeira, que poluem as águas com o mercúrio usado para precipitar as minúsculas pepitas dispersas na água. Além disso, grande quantidade de terra é derrubada dos barrancos, mudando a cor e assoreando os cursos d’água. Acredita –se que mais de 250 toneladas de mercúrio foram despejadas apenas no garimpo de Tapajós e outras 78 toneladas no rio Madeira. Esse mercúrio tem contaminado os peixes que servem de alimento para maioria da população, causando inúmeros problemas de saúde, como deficiências renais e neurológicas


Unidade II – Os invertebrados

Capítulo Dois

Poríferos

O filo Porífera é constituído por animais pluricelulares que apresentam poros na parede do corpo. São conhecidas cerca de 5 mil espécies de poríferos, todos aquáticos. Eles são predominantemente marinhos (minoria em água doce), sendo encontrados desde o nível das praias até uma profundidade de 6 mil metros.
Os poríferos são animais sésseis, fixando-se sobre rochas, conchas, etc. Apresentam formas variadas, sendo assimétricos ou de simetria radial. As maiores esponjas medem 2 metros, mas há espécies minúsculas de l mm.
Embora pluricelulares, os poríferos têm uma estrutura corporal diferente dos demais metazoários. As suas células possuem um certo grau de independência e não se organizam em tecidos.
A parede do corpo é constituída por 2 camadas celulares. A camada externa é formada por células achatadas (pinócitos). Entre os pinócitos, há células maiores e alongadas que se estendem desde a parede externa até a parede interna. São os porócitos, células que possuem um canal em seu interior, que permite a entrada de água do exterior para a espongiocela, através da abertura chamada óstio.
A camada interna é formada por células flageladas providas de um colarinho, formação membranosa que envolve o flagelo. Essas células, chamadas coanócitos, revestem a esponjiocela ; o batimento de seus flagelos faz com que a água existente em seu interior da cavidade saia pelo ósculo.
Entre as camadas internas e externas há uma mesênquima gelatinosa, nas quais se encontram células e espículas. As células são dotadas de movimentos ameboides e por isso são denominadas amebócitos. As espículas são elementos esqueléticos que sustentam a parede do corpo e mantêm a esponja ereta.
Reconhecem-se três tipos estruturas de esponjas : ascon, sicon e lêucon, que diferem entre si pela complexidade da parede do corpo.
O tipo ascon é o mias simples. A parede é fina e possui poros inalantes que se abrem diretamente na espongiocela. Esta é revestida por coanócitos. As esponjas do gênero Leucosoleina pertecem aos ascons.
Nas esponjas do tipo sicon, a parede do corpo é formada por projeções em forma de dedos. Identificam-se dois tipos de canais: os inalantes e os radiais. A água penetra pelas camadas radiais, indo para a espongiocela. Os canais radiais são revestidos internamente por coanócitos.
No tipo leucon, a parede do corpo é mais espessa e percorrida por um complicado sistema de canais. Há canais inalantes e exalantes e, entre eles, câmaras revestidas por coanócitos. A água penetra pelos canais inalantes, passa por câmaras vibráteis e vai à espongiocela pelos canais exalantes. As esponjas adultas não se locomovem. Os poros podem se abrir ou fechar.
A respiração é aeróbia. O Oxigênio penetra na esponja dissolvido na água. Cada célula efetua com o meio trocas gasosas. O gás carbônico produzido sai para o exterior também dissolvido na água.
As esponjas não possuem sistema nervoso e células sensoriais. Apesar disso, a maioria é capaz de contrair-se quando submetida a estímulos fortes. Nesse caso, os estímulos são transmitidos de célula para célula.
A reprodução das esponjas pode ser assexuada e sexuada. No caso da assexuada, reconhecem-se três proceso:
Regeneração: os poríferos possuem grande poder de regenerar partes perdidas do corpo. Qualquer parte cortada de uma esponja tem a capacidade de se tornar uma nova esponja completa.
Brotamento: consiste na formação de um broto a partir da esponja-mãe. Os brotos podem se separar, constituindo novos animais.
Gemulação: é um processo realizado pelas espécies de água doce e alguns marinhos. Consiste na produção de gêmulos, um grupo de ameboides que são envolvidos por uma membrana grossa e resistente.
Quando a reprodução é sexuada, observa-se que a maioria das esponjas é hermafrodita, embora existam espécies com sexo separado, não há gônadas para a formação de gametas, sendo estes originados pelos asqueócitos. A fecundação (interna) e as primeiras fases do desenvolvimento embrionário ocorrem no interior do organismo materno. Nas esponjas do tipo sicon, do ovo origina-se uma larva denominada anifiblástula, que sai pelo ósculo e fixa-se ao substrato, originando uma nova esponja.
As três principais classes de esponjas são: Calcárias, hexactinélidas e desmospôngias.
Calcárias: possuem espículas de carbonato de cálcio. Nessa classe encontram-se esponjas dos tipos oscon, sicon e leucon. São esponjas pequenas e vivem em águas rasas.
Hexactinálidas: possuem espículas silicosas. Na maioria das vezes essas espículas formam uma rede que se assemelha a vidro quando seca, por isso são conhecidas como esponjas-de-vidro.
Desmospôngias: possuem espículas silicosas, fibras de espongina ou ambas. A esta classe pertence a maioria das esponjas. São todas do tipo leucon e apresentam formatos irregulares. Vivem em águas rasas e profundas, e entre elas estão as esponjas de banho.
























Capítulo Três

Celenterados

Animais com a hidra, as águas-vivas e os corais pertencem ao filo celenterata. São animais de estrutura bastante simples. Sua organização é de nível tecidual, ou seja, suas células agrupam-se em tecidos especializados para realizar as diferentes funções, sem, contudo, haverem órgão complexos.
Apesar de sua simplicidade, os celenterados são um grupo bem-sucedido. Existe em grande número em ambientes marinhos, preferencialmente em águas tropicais de pouca profundidade. Poucas espécies são de águas doces e não há entre os celenterados representante terrestre.
Os celenterados são animais diploblasticos. A parede de seu corpo é formada por duas camadas celulares: a epiderme, externa, e a gastroderme, interna. Entre as duas camadas celulare, há uma massa gelatinosa denominada mesogléia.
Os celenterados possuem simetria: as partes do corpo distribuiem-se em rados ao redor de um eixo simples.
Algumas formas de celenterados vivem livremente, enquanto outras formam colônias. É comum entre esses animais o poliformismo, ou seja, a presença de duas ou mais formas diferentes na mesma espécie. O poliformismo pode ser evidênciado em colônias onde coexistem diferentes formas de uma mesma espécie ou, em indivíduos que durante o seu ciclo de vida passam por uma sucessão de formas corporais diferentes.
Basicamente, distinguem-se duas formas corpóreas entre s celenterados: o pólipo ou hidrante e a medusa.
Os pólipos têm o aspecto de um cilindro de base fechada, por onde se fixam a um substrato. Na parte superior, localiza-se a boca, que é ladeada por tentáculos.
As medusas têm o aspecto de um guarda-chuva aberto, onde a boca se representa voltada para baixo e também rodeada por tentáculos. Seu corpo é gelatinoso e nadam livremente.
A hidra é um pequeno pólipo encontrado em águas doces de lagos e rios, onde se fixam na superfície de rochas ou de vegetais aquáticos.
A parede do corpo de uma hidra, obedecendo a características presentes em todos os celenterados, apresenta-se constituída por duas camadas celulares. A camada externa é a epiderme e a interna é a gastroderme, sendo que entre ambas há uma mesogleia delgada.
Em águas pouco profundas, logo abaixo do nível das marés, encontram-se animais com aparência de musgos, pertencentes ao gênero obelia.
A obelia é uma colônia de pólipos, ou seja, um conjunto de indivíduos agrupados com prepartição de trabalho. Além disso, possuem uma fase intermediária de vida na forma de medusa.
Há três classes de celenterados: hidrozoários, cifozoários e antozoários.
Hidrozoários: são pólipos bem desenvolvidos com fase de medusa pequena ou ausente. Em algumas espécies há reprodução por metag^nesse. A esta classe pertencem a hidra, a obelia e a physadia.
Cifozoários: predominam as grandes medusas, chamadas cifomedusas. Os pólipos, chamados cifístomas, são de pequeno tamanho e de vida curta. Os cifozoários são exclusivamente marinhos. Como representante desta classe, temos a Aurelia SP ou água-viva.
Antozoários: São exclusivamnete pólipos e não fazem metagênese. São todos marinhos, como os corais e anêmonas-do-mar ou actínias.







Capítulo Quatro

Platelmintos

Animais como as planárias, esquistossomos e os solitários pertencem ao filo Platylminthes ou Platelmintos. Possuem o corpo achatado dorsoventralmente, daí serem conhecidos como vermes achatados.
Sob a designação vermes incluem-se, além dos platerlmintos, dois outros filos de animais que não possuem esqueleto: asquelmintos e anelídeos. Os asquelmintos (lombriga) são os vermes cilíndricos. Os anelídeos (minhoca) têm o corpo constituido por anéis, daí serem conhecidos como vermes segmentares.
Os vermes apresentam considerável progresso em relação aos políferos e celenterados. Podemos constatar isso caracterizando os platelmintos : trata-se de animais de simetria bilateral, triblásticos, acelomados, com sistema nervoso centralizado, sistema digestivo incompleto e dispondo de sistema excretor e gônadas permanentes .
A planária é um verme de vida livre encontrado nas águas doces de rios, lagos e fontes. Nesses locais vive junto a parte inferior de plantas, troncos submersos e rochas.
O corpo é revestido pela epiderme. Esta é constituída por uma camada única de células cúbicas que repousam sobre uma menbrana basal. As células epidermicas são ciliadas, absorvendo-se maior desenvolvimento da célula na parte ventral do corpo.
Sob a menbrana basal, há 3 camadas de fibras musculosas. A mais externa e circular, a mediana diagonal, e a interna longitudinal. Há também fibras musculares dorsoventrais.
A planária possue sistema digestivo incompleto. É constituida por boca, faringe e intestino com 3 ramos. Não há ânus. É um animal carnívoro que se alimenta de pequenos animais vivos ou mortos. Sobrepõe-se ao alimento por sucção.
O alimento fundamental do sistema excretar é a célula flama ou solenócio. Trata-se de uma célula com a forma de um tubo, em cujo interior há uma cavidade. No interior da cavidade há um grupo de flagelos, cujo o movimento lembra a chama de uma vela (daí o nome célula-flama).
A planária possui sistema nervoso do tipo centralizado. Na região cefálica existem dois gânglios celibróides interligados, dos quais partem dois cardões nervosos longitudinais. Estes possuem conexão transversais e ramos periféricos.
Não existe sistema respiratório e circulatório. O oxigênio e o gas carbônico atravessam a parte do corpo por simples difusão.
A planária apresenta ao mesmo tempo genitais masculinos e femininos, sendo, portanto, monóica ou hermafrodita. As estruturas reprodutivas são as mais complexas encontradas em seu organismo ventral do corpo, há um átrio genital masculino e feminino. O átrio comunica-se com o meio externo através de poucos genitais. O genital feminino é constituido por dois ovários.
O filo platelminto é dividido em três classes: tuberlários, trematóides e astóides.
Turbelários : são todos vermes de vida livre, como representantes temos a planária, cujas as caracteristicas já foram estudadas.
Trematódeos: seu corpo é revestido por uma cutícula, estando ausentes a epiderme e cílios. A boca é anterior e o intestino bifurca-se em dois ramos.
Astóides: são vermes parasitas que vivem principalmente no intestino de vertebrados. O corpo é revestido por uma cutícula grossa e dividido em segmentos denominados proglotes. Não possuem boca nem aparelho digestivo.
A esquistossomose ou barriga-d’àgua é a doença causada pelo verme shistesoma manioni. Trata-se de um verme se sexo separado, cujos machos medem cerca de 12mm de comprimento por 0,44 mm de largura. No meio do corpo ele possui um canal denominado ginecóforo, onde se aloja a fêmea no momento da reprodução. A fêmea é pouco mais comprida que o macho, mas tem o corpo mais fino.
Para compreender como os esqustossomose é adquirida fa-se necessário o estudo de ciclo vital do esquistossomose. Tudo começa quando as larvas do verme, as cercárias, penetram no organismo humano através da pele. Essas larvas são encontradas principalmente em águas paradas, de modo que o principal meio de contaminação são as banhas em lagoas infestadas.
Os sinais e sintomas da esquistossomose têm relação com a locomoção dos vermes no organismo humano.
A profilacia da doença se faz pelo combate ao caramujo, que é o hospedeiro intermediários. São também medidas impotentes às relativas à educação sanitária, desinsentivando o uso de águas paradas como lugar para banho.
Há dois tipos de solitária, teônia solium e a teônia saginata, ambas são parasitas entestinais e causam a doença denominada teniose.
A toenia solium é um verme hermafrodita com 3 a 9 m de comprimento em sua fase adulta. Seu corpo tem 3 partes: cabeça ou escálex, colo ou pescoço e estrábilo ou corpo propriamente dito.
































Capítulo Cinco

Asquelmintos

Os asquelmintos são vermes de corpo cilíndrico, trata-se de animais triblásticos, protostânios, de simetria bilateral, pseudocelomados e não segmentados. Tem o corpo revestido por uma culícula espessa e contínua e apresentam sistema digestivo completo; sua digestão é exclusivamente extracelular .
A existência de uma cavidade do corpo, o pseudoceloma, representa uma vantagem das asquelmintos em relação aos platelmintos. Essa cavidade aumenta o espaço interno, permitindo que os órgãos se enrolem.
Os animais pseudocelomados são classificados em 3 filos diferentes o primeiro filo é o entoprocta, formado por pequenas espécies aguáticas, em sua maioria marinhos. O segundo, denominado aconthocephala, compõem-se de vermes dotados de uma tromba cefálica retrátil, provida de espinhos. O terceiro e último é o filo Aschelminthes. Neste, é de particular interesse o estudo de uma classe, a Nematada.
Apesar de grande diversidade de espécies, pode-se dizer que todos são estruturadamebte semelhantes. Por isso, as características observadas no estudo do Ascaris lumbricoides darão uma boa idéia de todo o grupo.
O Ascaris lumbricoides, popularmente conhecido como lombriga, é um verme parasita. Habita o intestino de porcos e homens, onde se nutre de alimentos já digeridos.
Dá-se o nome de ascaridíase a doença causada pela Ascaris lumbricoides.
As fêmeas da Ascaris eliminam grande quantidade de ovos, que chegam ao meio exterior com as fezes do hospedeiro, contaminando a água e os alimentos. A ascaridiáse é adquirida pela ingestão desses ovos. Esses ovos chegam até os pulmões, as larvas rompem os aovéolos, sobem pela árvore respiratória e chegam à faringe, onde são deglutidas. Ao chegar ao intestino delgado, transforma-se em vermes adultos.
Raramente as larvas migratórias causam problemas no fígado e nos pulmões. No intestino delgado, os vermes adultos expoliam o organismo, nutrindo-se de alimentos já digeridos. O doente apresenta sintomas variados, como fome, dores vagas no abdômen, digestão difícil, diarréia ou prisão de ventre, náuseas e, as vezes, vômitos. Um número excessivo de vermes apresenta o perigo de abustrução intestinal. Além de lombrigas, existem outros nematódios causadores de doenças, como o Necator americanus (amarelão), a Wucheria bamcrofti (filariose), etc.

















Capítulo Seis

Anelídeos


Animais como a minhoca e a senguessuga pertencem ao filo anelida ou anelídeos. São vermes anelados, animais cujo corpo se divide em anéis ou segmentos.
Os anelídeos são animais triblásticos, celomados e de simetria bilateral. O celoma não é aqui uma cavidade única, mas se apresenta dividido em partes por septos de origem mesodérmica.
Os anelídeos são classificados segundo o número de cerdos que possuem. De acordo com esse critério, distinguem-se três classes pertencentes ao filo Annelida:
Oligoquetos: classe oligachoeta: anelídeos com formas certas. Exemplo: minhocas.
Poliquetos: classe polychoeta: São anelídeos que possuem muitas cerdas. Exemplo: Wereis
Miruolíneos: classe Mirudínea: quase todas as espécies sem cerdas. Exemplo: sanguessuga.
O principal exemplo de anelídeos é a minhoca, normalmente por seu papel como agente espontânea e voluntária do beneficiamento do solo, em diversos países do mundo.
O corpo é revestido por uma cutícula fina e transparente. Abaixo dela, situa-se um epitélio simples, constituído por células cilíndricas. Nele encontram-se células glandulares secretoras de muco, fotorreceptoras e sensoriais.
O sistema digestivo é completo. Trata-se de um tubo retilíneo, localizado na parte cntral do corpo sustentado por pregas de mosoderme.
O sistema circulatório é fechado, ou seja, o sangue só circula no interior de vasos sanguíneos. Na região dorsal do corpo, pode ser visto externamente, por transparência, um vaso longitudinal dorsal, localizado sobre o intestino.
As minhocas não possuem sistema respiratório. A respiração é cutânea, e a troca de gases dá-se pela pela superfície do corpo, para isso é importante que a célula esteja umedecida, o que facilita a difusão de gases. O sangue, que chega à parede do corpo pelas capilares, libera o gás carbônico e se oxigena.
O sistema nervoso é centralizado. Na extremidade anterior do corpo, há dois gânglios celebrais ou sufra-esofágicos que, por meio de um anel periofágico, se comunicam com dois gânglios subesofágicos.
A reprodução ocorre por fecundação cruzada entre dois indivíduos que se unem pela região de clitelo. Nessa ocasião, uma minhoca deposita espermatozoides no receptáculo seminal da outra. Após a troca de espermatozóides, os animais se separam e forma-se um casulo na região do clitelo.
Existem cerca de 5.300 espécies de poliquetos, a maioria vivente no mar. Os poliquetos diferem dos oligoquetos em vários aspectos. Em primeiro lugar, possuem uma cabeça diferenciada na qual existem apêndices sensitivos. Possuem, ainda, em cada anel do corpo, numerosas cerdas concentradas em expansões laterais, que funcionam como rudimentos, de patas, servindo à locomoção. São os parapódios.
Os hirudíneos, são vermes aquáticos e terrestres que não possuem cerdasd e cuja segmentação externa não corresponde à interna: há cerca de três aneis eneis externos para cada metámetro interno. As sanguessugas possuem nas extremidades do corpo que usam para locomoção e fixação.










Capítulo Sete

Moluscos

Os moluscos são animais predominantemente marinhos, embora existam espécies de água doce e terrestre. A maioria é de vida livre podendo viver fixos, enterrados, ou ainda nadando e andando. Há representantes de grande importância econômica, como as ostras, que produzem pérolas, e os mariscos comestíveis.
Embora possuam grande diversidade de espécies e não exista um tipo específico de molusco, todos eles presentam um mesmo plano estrutural e funcional.
Os moluscos são animais de simetria bilateral, triblásticos e não segmentados. O corpo é revestido por um epitélio simples, ciliado e com glândulas mucosas. O sistema digestivo é completo.
O sistema circulatório é lacunar ou aberto, havendo um coração dorsal. A respiração pode ser cutânea, branquial ou pulmonar. A excreção se faz por rins. O sistema nervoso é muito centralizado e do tipo ganglionar. Há estruturas sensoriais, tácteis, visuais, quimiorreceptoras e de equilíbrio.
A reprodução é exclusivamente sexuada. Na maioria, os sexos são separados, embora existam espécies hermafroditas. A fecundação pode ser interna ou externa. O desenvolvimento pode ser direto ou indireto.
O filo dos moluscos possui seis classes, entre as quais se destacam a classe dos gastrópodes, a dos pelecípodes e os cefalópodes.
São conhecidas cerca de 25 mil espécies de moluscos da classe dos gastropódes, vivendo em águas salgadas e doces, e outras em ambiente terrestre. A maioria é herbívora. Essa classe possui, entre outros, o caracol, a lesma e o caramujo.
Constituem-se de boca, faringe, esôfago, estômago, intestino e ânus. Apresenta glândulas anexas salivares e um fígado lobulado que desemboca no estômago. O caracol possui uma rádula situada na faringe, com função de raspar o alimento.
São constituídos por um único rim, que retira os catabólitos da cavidade pericérdica. Estes são levados por um conduto excretor que se abre junto ao ânus.
O caracol de jardim é hermafrodita. Possui um sistema reprodutor bastante complicado. Há uma glândula hermafrodita denominada ovotestis que produz óvulos e espermatozoides em épocas diferentes.
Os moluscos pelecípodes apresentam corpo mole, localizado dentro de uma concha rígida que possui duas partes ou valvas. São, por isso, conhecidos como moluscos bivalvos.
Os moluscos cefalópodes caracterizam-se por terem poderosos tentáculos, diretamente ligado à cabeça. São os moluscos mais desenvolvidos. Exclusivamente marinhos, em geral são bons nadadores e perseguem suas vítimas (peixes, crustáceos e outros moluscos) agarrando-os com poderosas ventosas existentes nos tentáculos.






Capítulo Oito

Artrópodes

Dentro do estudo dos invertebrados, o filo artrópodes merece atenção especial. Ele agrupa mais de 800 mil espécies, quantia que supera todos os demais filos reunidos. Além disso, merecem citação a grande diversidade dessas espécies; Sua boa adaptação a diferentes ambientes; as vantagens em copetição com outras espécies; a excepcional capacidade reprodutória; a eficiência na execução de suas funções; a resistência a substâncias tóxicas e a sua perfeita reorganização social, caso das abelhas, formigas e cupins.
Os artrópodes são invertebrados que possuem patas articuladas, nome formado de Athros, que significa articulações, o podes, que significa pés patas. Os artrópodes tem uma carapaça protetora externa, que é o seu esqueleto, formada por uma substância resitente e impermeável, chamada quitina, endurecida por conter muito carbonato de cálcio.
Ao crescer, o artrópode abandonam o esqueleto velho, pequeno, e fabrica outro, maior. Esse fenômeno é chamado muda. Ela ocorre várias vezes para que o animal possa atingir o tamanho adulto.
Os artrópodes, no entanto, não possuem apenas patas articuladas, mas sim todas as suas e extremidades, como as antenas e as peças bucais. Os seus membros inferiores são formados por partes que se articulam, ou seja, que se movimentam umas em relação às outras: os seus pés se articulam com suas pernas, que se articulam também comm suas coxas, que também se articulam com os ossos do quadril.
CLASSIFICAÇÃO DOS ARTRÓPODES:
Os artrópodes podem ser classificados em cinco classes principais, usando como critério o número de patas.
No de patas Classe Exemplos 6 Insetos Barata, mosquito 8 Aracnídeos Aranha, escorpião 10 Crustáceos Camarão, siri 1 par por segmento Quilópodes Lacraia 2 par por segmento Diplópodes Piolho de cobra INSETOS
São artrópodes com seis patas distribuída em três partes. Os insetos apresenta o corpo subdividido cabeça, tórax e abdome. Possuem um par de antenas e três pares de patas no tórax. Nas maioria das espécies, há dois pares de asas, mas há espécies com apenas um par e outros sem asas.
O corpo dos insetos e formado por três regiões: cabeça, tórax e abdome. Na cabeça das insetos, podemos notar antenas, olhos e peças bucais.
As antenas são utilizadas para a orientação. Todos insetos tem um par de antenas. Os olhos os insetos possuem dois tipos de olhos:
- 2 olhos compostos, isto é, formados por várias unidades, que permite enxergar em várias direções ao mesmo tempo;
- 3 olhos simples, também conhecidos por ocelos.
Esse conjunto de olhos proporciona aos insetos uma excelente visão. Eles podem enxergar coisas que não são visíveis ao homem.
As peças bucais, todas dotadas de articulação, estão diretamente relacionadas com a alimentação. Assim, as peças bucais podem ser de vários tipos, conforme os hábitos alimentares dos insetos.
O tórax dos insetos é dividido em três partes; em cada uma delas prende-se um par de patas. É ainda no tórax que se prendem as asas, existentes na maioria dos insetos. Quando ao número de asas , existem 3 tipos de insetos: sem asas, com um par de asas e com dois pares de asas.
A Respiração dos insetos se dá através de traquéias, pequenos canais que ligam as células do interior do corpo com o meio ambiente. Ao longo de todo o corpo de um inseto podem ser ver os estimas , pequenas manhas onde se abrem as traquéias.
Os insetos são animais de sexos separados e ovíparos. Depois que os ovos são botados pelas fêmeas, eles se desenvolvem e forma um novo inseto. Alguns insetos tem desenvolvimento direto: do ovo nasce uma forma jovem, que já tem o aspecto do adulto, embora menor. É, por exemplo, o caso da traça. O desenvolvimento da mosca é indireto: ela nasce diferente do adulto, e passa por mudanças na forma do corpo, enquanto se transforma de recém- nascida em adulta. Dizemos que a mosca sofre metamorfose. Todas as formas que tem aspecto diferente do adulto chama-se larvas. Nem todos os insetos apresentam metamorfose, mas ela ocorre na maioria deles. Você já deve ter visto as lagartas das borboletas: elas são larvas que se transformarão em borboletas adultas.
A borboleta bota o ovo em uma folha, e desse ovo nasce uma lagarta, que é a primeira forma de larva desses insetos. Em seguida, a lagarta se transforma, passando por outras formas de larva, até originar a borboleta adulta.
Existem aproximadamente 800 mil espécies de insetos, distribuídas por mais de 30 ordens. Um dos critérios usados para a classificação dos insetos é o número e a forma das asas.
Ordem Características Exemplos Himenópteros asas parecidas com membranas- aqui se incluem insetos sem asas Formiga e Abelha Dípteros duas asas Mosca e Mosquito Coleópteros asas formando estojo Besouro Ortópteros asas retas, formando angulo reto com o corpo Barata e Gafanhoto Lepidópteros asas com escamas Borboleta e Mariposa
O equilíbrio ecológico, em todo ecossistema, é mantido graças a uma série de relações, algumas positivas e outras negativas. Uma relação altamente positiva é a que ocorre entre os insetos voadores e as flores. Para que as plantas se reproduzam há necessidade de que o grão de pólen de uma flor seja transportada até outra flor. Esse transporte chama-se polinização, e é realizado pelos insetos voadores e por vários outros agentes. O transporte do pólen, é realizado em grande parte pelos insetos, é de extrema importância na preservação de matas, florestas, jardins, pomares. É, enfim, essencial à preservação de numerosos ecossistemas. Um exemplo de relação negativa é o que ocorre entre o gafanhoto e as plantações. O gafanhoto é um predador voraz e vive em enormes bandos, capazes de destruir rapidamente plantações inteiras. Um outro inseto menos voraz é o bicho-da-seda, uma mariposa cujas larvas alimentam-se de folhas, principalmente de amoreiras.
Embora alimentam-se dessas folhas, as larvas do bicho-da-seda são muito úteis, pois produzem a seda, tão importante na industrialização de tecidos.
Os insetos trazem poucos benefícios diretos à saúde humana. A abelha, no entanto, é um exemplo de benefício direto, pois produz o mel, que usamos como alimento e possui ótimo valor nutritivo. A maior parte das relações diretas entre os insetos e o homem é nociva. Assim, por exemplo, muitas abelhas, que são tão úteis, são também venenosas, e seus venenos podem provocar forte dor e grande reação local. As picadas de abelha, no entanto, geralmente não causão grandes males.
O maior mal que os insetos causam a saúde humana é a transmissão de outros seres vivos, que causam doenças. É o caso, por exemplo, da mosca- doméstica, que pousa no lixo e em outros lugares contaminados e depois pousa nos nossos alimentos, trazendo sujeira e micróbios. Assim, ela pode causar diversas doenças, como a disenteria.
Outros exemplos de doenças transmitidas por insetos são a elefantíase, a malária, a febre amarela, a doença de chagas e o dengue.

Aracnídeos

Os aracnídeos são representados pelas aranhas, pelos escorpiões e pelos carrapatos. Todos eles possuem um par de quelíceras e quatro pares de patas locomotoras.
As quelíceras são apêndices em forma de pinças, situados na parte anterior da cabeça. É um exemplo uma aranha jovem e uma adulta. Seus corpos têm a mesma forma.Todos os aracnídeos não sofrem metamorfose.
Outra característica importante dos aracnídeos é que eles têm a cabeça e o tórax numa peça só, chamada cefalotórax.
É fácil distinguir um aracnídeo de um inseto, pelo exame externo do corpo.
Os Aracnídeos podem ser distribuídas por 3 ordens, com base no aspecto externo do corpo:
Ordem Corpo Exemplos Araneídeos cefalotórax e abdômen aranhas Escorpinídeos cefalotórax, abdome e pós-abdômen escorpiões Acarinos cefalotórax fundido com abdômen carrapato *Araneídeos englobam todas as espécies de aranhas, venenosas ou não.
*Escorpionideos, que reúne os escorpiões. O escorpião é um aracnídeo que provoca um certo receio nas pessoas, pelo seu aspecto e comportamento agressivo.
*Ácaros, que são os carrapatos e alguns parasitas micróbicos.
Crustáceos
Crustáceos são os artrópodes que possuem uma crosta protegendo o corpo. Os principais representantes dessa classe são os camarões, as lagostas, os caranguejos e os siris, todos com 5 pares de patas. São, portanto, decápodes( deca= dez; podes= patas, pés).
Na maioria dos decápodes, as 2 patas dianteiras são modificadas e bem desenvolvidas como adaptação à preenção de alimentos.
O número de patas é um bom critério, que permite dividir a classe dos crustáceos em duas ordens: Decápodes e Isópodes. Os decápodes você já conhece: São crustáceos de dez patas.
Os isópodes são crustáceos que possuem numerosas patas, todas semelhantes. O exemplo mais conhecido é um isópodes encontrado em toda a costa litorânia do Brasil, conhecido por tatuí, tatuíra ou tatuzinho de praia.
O esqueleto é um sistema encarregado da sustentação do corpo, tanto em vertebrados como em invertebrados; nos vertebrados, o esqueleto fica dentro do corpo, e nos invertebrados fica fora, revestindo o corpo. Dizemos, então, que os vertebrados tem endoesqueleto (esqueleto interno) e que os invertebrados tem exoesqueleto (esqueleto externo).
Dentre os artrópodes, os crustáceos são os que possuem exoesqueleto mais volumoso e mais desenvolvido; Ele forma a crosta, que deu nome aos crustáceos, e que reveste e protege o corpo desses animais. Essa crosta é constituída por quitina e carbonato de cálcio.
Externamente, podemos reconhecer duas partes no corpo dos crustáceos: o cefalotórax e abdomen.
No cefalotórax localizam-se dois pares de antenas e um par de olhos compostos, que geralmente situan-se na extremidade de dois pedúnculos; são por isso, chamados olhos pedunculados. Esses olhos são movimentados pelos pedúnculos, permitindo assim, uma ampla exploração do ambiente.
Os crustáceos são, na sua maioria animais aquáticos, e de respiração branquial.
Caranguejo ou siri?
Muita gente confunde caranguejo com siri. Eles podem, no entanto, ser diferenciado facilmente por várias características. Duas delas muito evidentes:
- O corpo do siri é mais achatado do que o corpo do caranguejo, que é mais "arredondado"'.
-As patas traseiras do siri são largas, como remos, ao passo que as patas do caranguejo são pontudas.
Essas duas características devem-se ao fato de que os siris estaõ mais bem adaptados ao nado, do que os caranguejos.
Os crustáceos são inofensivos ao homem. Além disso, são largamente utilizados na alimentação humana. Na verdade, praticamente todos os artrópodes utilizados como alimento são crustáceos: camarão, lagosta, siri, caranguejo, tatuíra etc...
Quilópodes e Diplópodes
Tem como principal característica a divisão de corpo em vários segmentos, onde se prendem as patas.
Os quilópodes e os diplópodes possuem um par de antenas e olhos simples, não possuindo olhos compostos.
Quilópodes: Principal exemplo: centopéia (lacraia, escolopendra).
Principais características:
- 1 par de patas em cada segmento
- corpo dividido em 2 regiões, cabeça e tronco.
Diplópodes: Principal exemplo: piolho-de-cobra (embuá).
Principais características:
- 2 pares de patas em cada segmento;
- corpo dividido em três regiões: cabeça, tórax e abdômen.
Os Quilópodes e os Diplópodes não têm interesse especial para saúde humana. A única agressão ao homem é praticada pelas centopéias, que possuem um par de pinças de veneno na cabeça, que podem provocar picadas dolorosas.















































Capitulo Nove

Equinodermos

São animais exclusivamente marinhos, como a estrela-do-mar, o ouriço-do-mar e o pepino-do-mar. São cerca de 5500 espécies, de tamanhos médios, nunca sendo muito grandes ou pequenos.
São características exclusivas dos equinodermos:
Sistema hidrovascular, constituído por vasos em cujo interior, circula água;
Formações existentes na superfície do corpo dotadas de mandíbulas e acionados por músculos;
Endoesqueleto calcário: o esqueleto interno, recoberto pela epiderme de origem mesodérmica e constituído por placas calcárias que, em algumas espécies, emitem espinhos;
Resumindo as características do grupo, podemos dizer que os equinodermos são animais triblásticos, celomados, deuterostômios e de simetria radial de base pentarradiada quando adustos. As larvas apresentam simetria bilateral.
O corpo da estrela-do-mar apresenta-se formado por um disco central do qual partem, radialmente, cinco braços triangulares. Em algumas estrelas, o número de braços pode chegar a vinte ou mais.
Os secos são separados. Em cada braço há um par de gônados. Cada uma destas possui um pequeno canal que se abre num poro situado na parte superior do disco central. A estrela-do-mar possui um grande poder de regeneração.
O ouriço-do-mar, chamado de pindá pelos indígenas, vive em buracos de rochas onde chega a água domar. Seu corpo tem a forma de um globo achatado e é coberto por espinhos e, entre eles, pedicelárias.
Os pepinos-do-mar são animais de corpo alongado e mole. Suas placas calcárias são pequenas e não se soldam como ocorre no ouriço-do-mar.
Os equinodermos ofiuróides assemelham-se às estrelas-do-mar, mas seus braços são muito finos. Esses braços são articulados e capazes de movimentar água.
O lírio-do-mar possui um pedúnculo pelo qual se fixa ao solo marinho ou a recifes de corais. Na extremidade do pedúnculo existe um disco em forma de cálice do qual partem cinco braços ramificados. Alguns desses braços são capazes de se soltar e flutuar.




















Unidade III – Plantas

Capitulo Dez

Reprodução das Plantas

Reprodução assexuada em algas

São três os filos formados por algas consideradas plantas: clorofíceas (verdes), rodofíceas (vermelhas) e feofíceas (pardas).
Dentre esses três grupos, somente em clorofíceas unicelulares é possível observar reprodução assexuada por bipartição. É o que ocorre, por exemplo, em Clhamydomonas.

A reprodução assexuada por esporulação ocorre nos três grupos.

Reprodução Assexuada em Briófitas

Nas hepáticas pode ocorrer reprodução assexuada por meio de propágulos. Na superfície dorsal dessas plantas, existem estruturas especiais denominadas conceptáculos. Estes têm a forma de taça e em seu interior estão os propágulos, estruturas multicelulares com a forma de um oito, que possuem células com capacidade miristemática, capazes de produzir uma nova planta.

Reprodução Assexuada nas Pteridófitas

As pteridófitas que possuem rizoma podem apresentar propagação vegetativa, pois o rizoma pode, em determinados pontos, desenvolver folhas e raízes, dando origem a novos indivíduos. Com o possível apodrecimento do rizoma em certos pontos, essas plantas podem tornar-se indivíduos independentes.

Reprodução Assexuada nas Fanerógamas

Nas fanerógamas, a reprodução assexuada pode ocorrer na propagação vegetativa, pois os caules e as folhas, que são órgãos vegetativos, têm capacidade de propagação, dando origem a novos indivíduos.
Uma importante característica dos caules é a presença de botões vegetativos, ou gemas. Quando as gemas entram em contato com o solo, pode, enraizar e formar uma nova planta completa. É o que ocorre, por exemplo, com os caules prostrados, denominados estolhos: desenvolvendo-se sobre o solo, em contato com a superfície, suas gemas enraízam e formam novas plantas que podem serem separadas da planta-mãe. É o caso do morangueiro e da grama comum de jardim.
Folhas também podem dar origem a novos indivíduos, como se pode observar em fortuna e begônia.


Os mecanismos descritos ocorrem espontaneamente na natureza, mas podem também ser provocados pelo homem, principalmente para cultivo econômico de certas plantas.
A cana-de-açúcar, por exemplo, é plantada simplesmente enterrando-se os seus gomos, que possuindo gemas, enraízam e geram novas plantas.
Através da propagação vegetativa, caracteres vantajosos podem ser mantidos inalterados nos indivíduos que se formam.
O homem desenvolveu outros mecanismos de propagação vegetativa, como a estáquia, a
merguilha, a alporquia e a enxertia.
A enxertia é o processo mais utilizado no cultivo de plantas de interesse econômico e consiste no transplante de uma muda, chamada cavaleiro ou enxerto, em outra planta, denominada cavalo ou porta-enxerto, provida de raízes. O cavalo deve ser de planta da mesma espécie do cavalo ou de espécies próximas.
Na enxertia, é importante que o cavaleiro tenha mais de uma gema e que o câmbio ( tecido do meristemático ) do cavalo entre em contato com o câmbio do cavaleiro. Além disso,devem-se retirar as gemas do cavalo a fim de evitar que a seiva seja conduzida para elas e não para as gemas do cavaleiro. Alguns dos diferentes tipos de enxertia estão esquematizados a seguir.

As duas principais vantagens de enxertia são:
a muda ( cavaleiro ) já encontra um cavalo munido de raízes e, com isso, o desenvolvimento é mais rápido;
podem-se selecionar plantas com raízes resistentes a certas doenças, e utilizá-las como cavalo. Com isso, a reprodução vegetativa de espécies sensíveis a essas doenças torna-se mais eficiente.

Reprodução Sexuada

Na reprodução sexuada, são formadas células especiais denominadas gametas, sendo que um gameta feminino une-se a um gameta masculino através da fecundação, dando origem a um zigoto.
Os gametas são formados em estruturas especializadas denominadas gametângios. Quando ao tipo de gametas formados, pode-se falar em isogamia, heterogamia e oogamia.

Na isogamia, os gametas são idênticos entre si, tanto quanto à forma e tamanho como quanto ao comportamento, sendo ambos móveis. Na heterogamia, os gametas masculinos e femininos são móveis, porém, um deles, geralmente o feminino, é muito maior que o outro. Na oogamia, um dos gametas é grande e imóvel e o outro é pequeno e móvel.

A isogamia e a heterogamia são freqüentes em algas. A oogamia é freqüente em briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, e também nos animais.












Capítulo Onze

Tipos de ciclos de vida

Em relação aos tipos de ciclos reprodutores, as plantas podem ser:

Haplonte ou Haplobionte: os indivíduos são haplóides, ou seja, possuem apenas um lote de cromossomos. São representados pela letra n. Algumas células desses indivíduos diferenciam-se em gametas ( haplóides ) que, quando liberados da planta, podem unir-se dois a dois através da fecundação, originando uma célula ovo ou zigoto, com 2n cromossomos ( diplóide ). Esse zigoto sofre meiose, originando 4 células haplóides (n). Estas sofrem várias divisões minóticas, formando um novo indivíduo haplóide, que reinicia o ciclo. Nas plantas com esse tipo de ciclo de vida a meiose é zigótica ou inicial. Esse ciclo ocorre em algumas algas.
Diplonte ou Diplobionte: os indivíduos do ciclo são diplóide. Produzem gametas haplóides por meiose, ocorre a fecundação que dá origem a zigoto diplóide, que, por mitoses sucessivas, dará origem a outro indivíduo diplóide, que reiniciará o ciclo. A meiose, nesse caso, é gamética ou final. Esse ciclo também ocorre em algas.
Haplonte-Diplonte ou haplodiplobionte: em um mesmo ciclo de vida há alternáncia de uma fase de indivíduos diplóides com uma fase de indivíduos haplóides. Fala-se em alternância de geração ou metagênese. Nos indivíduos diplóides, em estruturas especializadas, algumas células sofrem meiose dando origem a células haplóides que se diferenciam em esporos. Estes são liberados da planta e, ao se fixarem em local adequado, darão origem a indivíduos haplóides, através de várias divisões mitóticas. Algumas células desses indivíduos haplóides diferenciam-se em gametas, células haplóides. Estes podem sofrer fecundação, originando um zigoto diplóide que, mitoses sucessivas, dará origem a indivíduo diplóide, reiniciando o ciclo. Nesse caso, a meiose é espórica ou intermediária.
Nesse ciclo de vida, há alternância de uma fase com indivíduos diplóides, que formam esporos haplóides através de meiose, com uma fase de indivíduos haplóides que produzem gametas por diferenciação celular. Os indivíduos diplóides, por produzirem esporos, são denominados esporófitos haplóides, por produzirem gametas, são denominados gametófitos.
Esse ciclo de vida ocorre em algas em todas as briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiosperma. Nas algas que possuem alternância de geração, fases gametofítaca e esporofítica podem ser igualmente bem desenvolvidas e independentes uma da outra, sendo que alguns casos não há diferenças morfológicas e haplóides, a não ser em suas estruturas reprodutoras. Nas briófitas, a fase gametofítica é a mais desenvolvida e a esporofítica desenvolve-se sobre a planta haplóide, dependendo dela para sua nutrição. Nas pteridófitas a fase mais desenvolvida é a esporofítica, que é independente da fase gametofítica, bastante reduzida.
Nas gimnospermas e especialmente nas angiospermas, a fase gametofítica atinge o máximo de redução, não se verificando mais alternância típica de geração, pois não se formam mais indivíduos haplóides bem caracterizados.

Exemplo de ciclo de vida em algas Multicelulares

Quanto aos ciclos de vida, as algas verdes e as vermelhas podem apresentar os três tipos; haplôntico, diplôntico e haplodiplobiôntico. As algas pardas podem ter ciclo diplônticos e haplodiplobiônticos.
Com por exemplo, citamos o ciclo de vida de uma alga verde membranosa e alface-do-mar, pertencente ao gênero Ulva, muito comum no litoral brasileiro; tem ciclo de vida haplodiplobiôntico, conforme esquematizado na figura seguinte:

Ciclo de vida em Briófita

Como exemplo, mostramos o ciclo de vida de um musgo pertencente ao gênero Polytrichum, comumente encontrado sobre barrancos.

Exemplo de ciclo de vida em pteridófita

Como exemplo do ciclo de vida de pteridófita mostramos o ciclo de uma samambaia. Os gametófitos nesse grupo são denominados prótalos e são hermafroditas: em um mesmo prótalo desenvolvem-se gametângios femininos, ou arquegônios, e gametângios masculinos, ou anterídeos.
Na época de maturação, os gametas masculinos ( anterozóides ), que são flagelados, são eliminados e nadam sobre a lâmina úmida do prótalo buscando atingir a oosfera no interior do arquegônio.

Exemplo de ciclo de vida em Gimnospermas

As estruturas envolvidas na reprodução das gimnospermas são os estróbilos, ramos terminais modificados, que possuem folhas férteis denominadas esporófilos, produtoras de esporos. Existem dois tipos de esporófilos: o microsprófilo, que produz micrósporos e o megasporófilos que produz megásporos. Os microsporófilos estão reunidos em microstróbilos que são os masculinos, e os megasporófilos que são os estróbilos femininos.
Em cada microsporófilos desenvolvem-se dois microsporângios. No interior de cada microsporângio formam-se vários microspóros.
Os microspóros, ainda no interior dos microsporângios, iniciam a formação do gametófito masculino. Este permanece dentro da parede do esporo ( desenvolvimento endospórico ) sendo formado por duas células: a célula do tubo ou vegetativa e a célula geradora. A parede do microspóro desenvolve duas projeções laterais em forma de asas. O microspóro assim modificado passa a ser chamado de grão de pólen.

O megastróbilo, ou estróbilo feminino, possui, em cada megasporófilo, dois megasporângios, cada um deles revistido por tegumentos. Cada megasporângio revistido por tegumentos recebe o nome de óvulo. Em gimnospermas, portanto, o óvulo não é o gameta feminino, e sim, o megasporângio revistido por tegumentos.
Em cada óvulo existe um orifício no tegumento, denominado micropíla.
Em cada megasporângio ocorre meiose em uma célula-mãe de esporo, que originará quatro células haplóides. Destas, três degeneram e apenas uma passa a ser megásporo funcional (n).
Em determinadas épocas do ano ocorre a polinização: grãos de pólen são liberados e, em função de suas projeções laterais, são facilmente transportados pelo vento, alguns desses grãos de pólen podem passar através da micrópila do óvulo, atingindo uma pequena cavidade do ápice do megasporângio, denominada câmara polínica, geralmente contendo líquido secreto pelo óvulo.
As gimnospermas são as primeiras plantas terrestres a adquirir independência da água para a reprodução.
Após a polinização, o megaspório funcional sofre várias divisões mitóticas, dando origem a um gametófito feminino que acumula substâncias nutritivas. No gametófito feminino diferenciam-se dois ou três arquegônios na região próxima à micrópila. Em cada arquegônico diferencia-se apenas um gameta feminino: a oosfera.
Enquanto isso, o grão de pólen, localizado na câmara polínica, inicia a sua germinação. A célula do tubo desenvolve-se, dando origem a uma estrutura longa, denominada tubo polínico. Essa estrutura perfura os tecidos do megasporângio, até atingir o arquegônio. A célula geradora divide-se, originando dois núcleos espermáticos, que se dirigem para o tubo polínico. Esses núcleos espermáticos são os gametas masculinos das gimnospermas.
Um desses núcleos espermárticos fecunda a oosfera, dando origem a um zigoto diplóide. O outro gameta masculino sofre degeneração.
O zigoto diplóde, originado da fecundação, desenvolve-se dando origem a um embrião diplóide, que permanece no interior do gametângio feminino, haplóide. O gametângio acumula substâncias nutritivas, dando origem a um tecido nutritivo haplóide, denominado endosperma. Enquanto isso, os tegumentos endurecem, passando a formar uma estrutura denominada casca ou tegumento da semente. Ao conjunto da casca, megasporângio, endesporma e embrião, dá-se o nome de semente. Esta permanece presa ao estróbilo até amadurecer, quando então se desprende e cai ao solo. Encontrando condições adequadas inicia a germinação, originando um novo indivíduo diplóide, o esporófito, que reiniciará o ciclo.
A semente de gimnosperma é formada de:
embrião: esporófito embrionário diplóide:
endespoerma: tecido nutritivo, que corresponde ao gametófito, haplóide, no qual está imerso o embrião;
parede do megásporo e megasporângio: estrituras diplóides que protegem o embrião e o endosperma;
casca: estrutura diplóide formada pelo endurecimento do tegumento do óvulo.


Exemplo de ciclo de vida em Angiospermas

Nas fanerógamas, as estruturas que participam da reprodução sexuada são as flores, que, nas angiospermas, são formadas por um pedúnculo e um receptáculo onde se inserem os verticilos florais. Este são:
cálice: formado pelo conjunto de sépalas;
corola: formada pelo conjunto de pétalas;
androceu: formado pelo estames, que constituem o sistema reprodutor masculino;
gineceu: formado pelo pistilo, que constitui o sistema reprodutor feminino.



Há flores que apresentam apenas o androceu ou apenas o gineceu, sendo, nestes casos, denominadas flores masculinas e femininas, respectivamente. A maioria das flores, entretanto, é hermafrodita, apresentando androceu e gineceu. Essas flores geralmente desenvolvem mecanismos que impedem a autofecundação.
As sépalas e as pétalas são folhas modificadas, estéreis, não formando elementos de reprodução.
O estame e o pistilo são folhas modificadas que produzem elementos de reprodução.
O estame é uma folha modificada em cuja extremidade diferencia-se a antera, no interior da qual desenvolvem-se esporângios, que produzirão esporos. Estes, à semelhança do que ocorre nas gimnospermas, iniciam a produção de gametófito masculino no interior da parede do esporo (desenvolvimento endospórico), dando origem ao grão de pólen, que permance no interior dos esporângios até a época da reprodução.

O grão de pólen das angiospermas contém em seu interior duas células haplóides: a célula do tubo ou vegetativa e a célula geradora. A parede do grão de pólen é espessa, apresentando ornamentações que são típicas para diferentes grupos de plantas. Os grãos de pólen das angiospermas são semelhantes aos das gimnospermas, diferindo destes por não apresentarem expansões aladas.
O pistilo é formado por uma ou mais folhas modificadas, que se fundem dando origem a uma porção basal dilatada, denominada ovário, e uma porção alongada, denominada estilete, cujo ápice é o estigma.
Nas angiospermas os óvulos possuem dois tegumentos, a primina e a secundina, havendo um orifício de passagem denominado micrópila.
No interior do megasporângio, forma-se o megásporo funcional (haplóide), que dá origem ao gametófito feminino no interior do óvulo: o saco embrionário. Este possui, próximo à micrópila, duas células laterais, as sinérgides e um central, a oosfera, que é gameta feminino; no polo oposto, há três células denominadas antípodas; no centro, há dois núcleos denominados núcleos polares, que se podem fundir, dando origem a um núcleo diplóide, o núcleo secundário do saco embrionário.
O saco embrionário, portanto, corresponde ao gametófito feminino. Nele não há formação de arquegônios, como ocorre nas gimnospermas, havendo diferenciação direta de uma oosfera (n), que é o gameta feminino.
Comparando-se então, o óvulo maduro de angiosperma com o de gimnosperma, verifica-se que nas angiospermas o óvulo é mais simples, possuindo um gametófito feminino ainda mais reduzido, formado por apenas oito células e que não apresenta diferenciação de arquegônios.
Após a polinização inicia-se a germinação do grão de pólen. Forma-se o tubo polínico que crescem penetrando no estilete em direção ao ovário. À medida que isto ocorre, a célula geradora e o núcleo da célula vegetativa (núcleo vegetativo) migram para o tubo polínico. A célula geradora sofre divisão mitótica e dá origem a dois núcleos espermáticos, que são os gametas masculinos.
O tubo polínico geralmente penetra no óvulo através da micrópila, sendo que o núcleo da célula vegetativa, ao entrar em contato com o saco embrionário, degenera-se. Um aspecto exclusivo das angiospermas é a dupla fecundação, pois em cada óvulo uma das células espermáticas funde-se com a oosfera, dando origem ao zigoto, que é, portanto, diplóide, e a outra funde-se com os núcleos polares, dando origem a um núcleo triplóide.
Após a fecundação, as sinérgides e as antípodas sofrem degeneração. O zigoto sofre várias divisões mitóticas, dando origem ao embrião, e o núcleo triplóide, também por divisões mitóticas, dá origem ao endosperma, tecido triplóide que muitas vezes acumula reservas nutritivas, utilizadas pelo embrião durante seu desenvolvimento.
Com o desenvolvimento do embrião, os tecidos do óvulo tornam-se desidratados e os envoltórios do óvulo, impermeáveis. Neste ponto, a estrutura toda assa a ser chamada de semente. Assim , a semente nada mais é do que o óvulo fecundado e desenvolvido.
Em algumas angiospermas, o endosperma é digerido pelo embrião antes de entrar em dormência. O endosperma digerido é transferido e armazenado geralmente nos colitédones, que se tornam, assim ricos em reservas nutritivas. Isto ocorre. Por exemplo, em feijões, ervilhas e amendoins.
As sementes que transferem as reservas do endosperma para os colitédones são denominadas sementes sem endosperma ou sementes sem albúmen. Nas sementes em que isto não ocorre, os cotilédones não contêm reservas nutritivas e as sementes são chamadas de sementes com albúmen ( ou endosperma)
A semente, ao germinar, dá origem à planta jovem (plântula), que por sua vez dá origem à planta adulta.
Comparando-se as sementes de gimnospermas com as de angiospermas verifica-se que ambas apresentam:
casca ou tegumento da semente, originada da diferenciação dos tegumentos do óvulo e que, portanto, é 2n;
megasporângio reduzido (2n);
tecido nutritivo denominado endosperma;
embrião, que corresponde ao esporófito jovem e que, portanto, é 2n.
A diferença que se verifica é que o tecido nutritivo ou endosperma, nas gimnospermas, é um tecido haplóide que corresponde as gametófito feminino. Nas agiospermas, o endosperma é um tecido triplóide, que se forma após a fecundação e não corresponde ao gametófito feminino. É um tecido nutritivo especial. O endosperma das gimnospermas é também chamado de endosperma primário (n) e o das angiospermas, de endosperma secundário (3n), pois este se forma após a fecundação.
À medida que a semente está-se formando, verifica-se, nas angiospermas, desenvolvimento da parede do ovário da flor e, em alguns casos, de estruturas associadas, dando origem ao fruto.
O fruto é ovário desenvolvido.













































Unidade IV – Os Vírus e suas doenças

Capitulo Doze

Os vírus

Vírus

Ser vivo microscópico e acelular (não é composto por células) formado por uma molécula de ácido nucléico (DNA ou RNA), envolta por uma cápsula protéica. Apresenta-se sob diferentes formas: oval, esférica, cilíndrica, poliédrica ou de bastonete. Por ser incapaz de realizar todas as funções vitais, é sempre um parasita celular, ou seja, necessita de um animal, planta ou bactéria para multiplicar-se e desenvolver-se. Ao se reproduzir dentro de uma célula, acaba por lesá-la. Na reprodução, qualquer modificação no DNA provoca uma mutação, gerando novos tipos de vírus.
Grande parte das doenças infecciosas e parasitárias é causada por vírus, como a Aids , a catapora, a dengue, a rubéola e o sarampo. A transmissão pode ser feita pelo ar, por contato direto (gotículas de saliva ou muco) e indireto (utensílios, água e alimentos contaminados ou picada de animais). O tratamento de uma infecção viral geralmente é restrito apenas ao alívio dos sintomas, com o uso de analgésicos e antitérmicos para diminuir a dor de cabeça e reduzir a febre. Há poucas drogas que podem ser usadas no combate de uma infecção viral, pois ao destruírem o vírus acabam por destruir também a célula. Quase todas as doenças causadas por vírus podem ser prevenidas com vacinas.
A febre é um sintoma comum a todas as infecções virais. Outros sinais característicos presentes na maioria das infecções são dor de garganta, fadiga, calafrio, dor de cabeça e perda de apetite. Mas grande parte das doenças apresenta uma sintomatologia própria. Por exemplo, a manifestação de pequenas elevações eruptivas avermelhadas na pele caracteriza a rubéola e a catapora ou varicela. No sarampo, são comuns erupções na mucosa bucal e o surgimento de manchas avermelhadas na pele. A inflamação e o inchaço das glândulas salivares são sintomas específicos da caxumba. Na poliomielite ocorre rigidez da nuca e perturbações físicas que podem causar paralisia e atrofia de certas partes do corpo. Na febre amarela e na hepatite infecciosa viral há náuseas e vômitos.

Aids

A sigla Aids (do inglês, Acquired Immunodeficiency Syndrome) significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, nome atribuído à doença infecciosa descoberta no início dos anos 80, causada pelo vírus HIV (do inglês, Human Immunodeficiency Virus – Vírus da Imunodeficiência Humana). De acordo com pesquisadores, o HIV teria se hospedado em algumas espécies de macacos africanos e, de alguma forma, por ingestão da carne contaminada ou durante caçadas, teria alcançado a corrente sanguínea humana. O vírus da Aids teria sofrido constantes mutações durante séculos até chegar à forma atual.
Dentro do corpo humano, o HIV infecta e destrói os linfócitos do tipo CD4+, responsáveis pelo sistema imunológico. Sem o seu potencial de defesa, o organismo fica vulnerável a vírus e bactérias e sujeito a todo tipo de infecções oportunistas que levam à morte do portador. O HIV circula por todas as secreções líquidas do corpo. No sangue, no sêmen e nas secreções vaginais ele aparece em grande quantidade. No suor, na lágrima, na urina e na saliva a quantidade é menor e insuficiente para provocar a contaminação.
O HIV é um retrovírus, ou seja, um tipo de vírus capaz de se reproduzir de modo diferente dos tradicionais, ao usar como material genético uma molécula de RNA em vez de DNA (processo chamado de transcrição reversa). Há dois tipos de HIV: o HIV1 e o HIV2. O último é menos agressivo e retarda o aparecimento dos sintomas. Segundo cientistas, isso explica por que determinadas pessoas desenvolvem mais rapidamente a doença do que outras. Há indícios também de que a quantidade de vírus no organismo defina a intensidade da doença.
Contágio – A Aids é transmitida quando o vírus HIV entra em contato com a corrente sanguínea, o que pode acontecer nas relações sexuais (heterossexuais ou homossexuais), nas transfusões sanguíneas e por meio de seringas ou instrumentos cortantes com resíduos de sangue contaminado. A possibilidade de contaminação através do sexo oral é comprovada em 1996, segundo pesquisa do Instituto do Câncer de Boston (EUA) feita com chimpanzés. Devido à quantidade de vírus no sêmen ser muito grande, há o risco de o vírus ser absorvido pela mucosa bucal e não apenas por meio de algum ferimento na boca.
A Aids pode ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez, o parto e a amamentação. Estima-se que 30% das mulheres grávidas infectem seus bebês com o vírus. No caso de a mãe tomar AZT (medicação para controlar a doença), o índice cai para 8%. Não há nenhum caso registrado de contágio pela saliva, lágrima, suor ou urina. É descartada a transmissão via picada de insetos, abraços ou apertos de mão.
Prevenção – O uso de preservativo (camisinha, camisa-de-vênus ou condom) é o método mais seguro (97% de segurança) para evitar a contaminação através da relação sexual. Agulhas, seringas e instrumentos cortantes descartáveis ou esterilizados são utilizados para prevenir o contágio pela corrente sanguínea. Nas transfusões, o sangue utilizado passa por testes que identificam o vírus HIV, a fim de evitar a contaminação.
O teste sanguíneo chamado Elisa, criado em 1985, revela se uma pessoa é portadora do HIV (soropositiva). Atualmente, há outros testes em fase de estudo, como o Orasure, que identifica o vírus pela saliva, e o Ampliodor, que mede a quantidade de vírus na circulação sanguínea .
Sintomas – Um indivíduo pode ser portador do vírus da Aids e não apresentar de imediato os sintomas da doença, já que o HIV pode ficar incubado por até dez anos. As primeiras manifestações da doença são diarréias constantes, febre alta, herpes, gânglios duradouros e perda de peso. Depois, é comum o aparecimento de doenças oportunistas, como pneumonia e toxoplasmose, que podem ser fatais. Quando a doença atinge um estágio mais avançado, certos tipos raros de câncer manifestam-se, como o sarcoma de Kaposi (provoca lesões na pele, no estômago e no intestino) e os linfomas (tumores nos gânglios linfáticos), além de distúrbios neurológicos, perda de memória e coordenação motora.
Tratamento – A Aids ainda não tem cura, mas o desenvolvimento e a administração de medicamentos, como o AZT (zidovudina), DDI (didanosina), DDC (zalcitabina), D4T (estavudina) e 3TC (lamividina), aumenta a sobrevida dos pacientes e consegue períodos prolongados de melhora da doença.
Em julho de 1996, os resultados de um novo tratamento revolucionário, chamado “coquetel anti-Aids”, foram apresentados durante a 11ª Conferência Internacional da Aids, em Vancouver, no Canadá. O coquetel de drogas é cem vezes mais potente do que o uso isolado do AZT, até então o único remédio disponível contra o vírus da Aids. Consiste na administração conjunta de três tipos de drogas: o AZT e uma outra droga da mesma família (a mais utilizada é o 3TC), que são os “bloqueadores de transcriptase reversa” (detêm a reprodução do vírus em seu estágio inicial) e um inibidor de protease (impede que o vírus complete a fase final de seu amadurecimento e destrua novas células), que pode ser o Ritonavir, o Saquinavir, o Crixivan e o Indinavir. A administração desse grupo de medicamentos em vários pacientes mostrou um controle na multiplicação do vírus do HIV, reduzindo os sintomas da doença. De um grupo de 21 pacientes que receberam o medicamento durante quatro meses, de outubro de 1995 a fevereiro de 1996, 18 eliminaram 98,9% dos vírus. Porém, o coquetel provoca alguns efeitos colaterais, como náuseas e problemas nos rins e no fígado. Se ministrado a longo prazo, há o risco de causar doenças fatais, como o câncer.
De acordo com o Programa de Aids da ONU, Unaids, menos de 10% do total das pessoas infectadas pelo vírus da Aids em todo o mundo poderá ser beneficiado pelo novo tratamento. Cerca de 92% das vítimas da doença estão nos países mais pobres, onde não há condições de bancar terapias que custam de US$ 12 mil a US$ 18 mil por ano.
Mais de 20 projetos de vacinas contra a Aids estão sendo pesquisados. Uma delas está sendo testada em 5 mil voluntários de todo o mundo. No Brasil ela foi aplicada em 300 pessoas, em julho de 1996. Os resultados desta primeira etapa de vacinação ainda serão avaliados.
Aids no mundo – Segundo dados da Unaids, o número de casos diagnosticados de portadores de HIV no mundo é de 21.898 mil. Deste total, 12.263 mil (56%) são homens, 8.759 mil (40%) mulheres e 876 mil (4%) crianças. Cerca de 94% dos portadores vivem nos países em desenvolvimento. São 4 mil novas infecções diárias na África e 3 mil na Ásia. De acordo com estimativas oficiais, no ano 2000 o vírus HIV infectará 44 milhões de pessoas em todo o mundo.

Aids no Brasil – Desde 1980 já foram diagnosticados 82.852 casos de Aids no país, de acordo com informações de junho de 1996 do Ministério da Saúde. Os homens correspondem a 67.521 (81,5%) dos casos e as mulheres a 15.331 (18,5%). Calcula-se que 36 mil pessoas já tenham morrido em decorrência da Aids, numa média de 20 mortes diárias (ver Saúde em Brasil).

Dengue

Doença infecciosa causada por quatro tipos diferentes de vírus e transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e pelo Aedes albopictus (ver Doenças infecciosas). Evolui principalmente em zonas urbanas e, a partir da década de 70, grandes surtos atingem América Latina, África e Ásia. Desde os anos 80, costuma aparecer de forma epidêmica na época do verão, quando as chuvas são mais freqüentes, pois os focos de água parada favorecem a reprodução do mosquito transmissor. O índice de mortes da doença é de 15% a 20%. Mas, se identificado a tempo, o dengue é tratável e sua cura é total, sem deixar seqüelas.
Existem três formas clínicas da doença: o dengue clássico, o dengue hemorrágico e a síndrome de choque do dengue. Na forma clássica, a doença provoca dores de cabeça e musculares, erupções na pele, comprometimento das vias aéreas superiores, febre e aumento das glândulas linfáticas. O dengue hemorrágico causa, ainda, hemorragias gastrointestinais, cutâneas, gengivais e nasais e, muitas vezes, é fatal. Esse caso ocorre quando a pessoa já teve a doença e é reinfectada por um dos outros tipos de vírus. Se não tratada de imediato, leva à morte em 50% dos casos e pode evoluir para a forma mais grave, a síndrome de choque do dengue. Esta, mais comum entre crianças menores de 15 anos, causa falência circulatória e, na falta de tratamento, o índice de mortes chega a 80%.
Não existe vacina contra o dengue, e a melhor forma de prevenção são os inseticidas e a eliminação de focos de água parada, em que o mosquito transmissor costuma se reproduzir. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, foram notificados 56.618 casos da doença em 1994. O total notificado até outubro de 1995 foi de 120.487 casos.














Unidade V – Vermes & Bactérias

Capitulo Treze

Os vermes

Vermes

Nome popular dos seres vivos pluricelulares pertencentes aos filos platelmintos e nematelmintos do reino Metazoa. Apresentam corpos tubulares alongados, que podem ser achatados (platelmintos) ou cilíndricos (nematelmintos). Alguns têm vida livre e vivem no mar, rios ou ambientes terrestres, e outros são parasitas, ou seja, vivem às custas dos animais hospedeiros. Os parasitas causam doenças infecciosas e parasitárias como ascaridíase, amarelão, cisticercose, esquistossomose e teníase ou solitária.
Platelmintos – Dividem-se em três classes – tuberlários, trematódeos e cestódeos – de acordo com o modo de vida (livre ou parasitária). Os tuberlários, como a planária (Dugesia tigrina), são seres de vida livre. Os trematódeos podem ser ectoparasitas (vivem externamente ao hospedeiro), como o Gyrodactylus, que habita as brânquias de certos peixes, ou endoparasitas (vivem e reproduzem-se no interior do hospedeiro). Exemplos de endoparasitas são a Fasciola hepatica, que habita o fígado do carneiro, e o Schistosoma mansoni, que causa a esquistossomose. No ciclo de vida de um trematódeo, os vermes adultos produzem ovos que são eliminados do hospedeiro definitivo (homem) e originam vários estágios larvais relacionados ao hospedeiro intermediário (molusco aquático). Os cestódeos são todos endoparasitas, como as tênias. As formas adultas da tênia produzem a teníase no hospedeiro definitivo (o homem) e as formas larvais são responsáveis pela cisticercose, na qual o homem serve como hospedeiro intermediário.
Nematelmintos – Os nematelmintos podem ter vida livre ou ser parasitas de plantas e animais. Neste caso, os vermes adultos habitam a cavidade intestinal do hospedeiro e produzem ovos, que eliminados pelas fezes contaminam a água e os alimentos. Em seu ciclo de vida não há hospedeiro intermediário. O nematelminto parasita mais conhecido é o Ascaris lumbricoides, a lombriga, que provoca a ascaridíase. Outros exemplos de nematelmintos são o Necator americanus e o Ancylostoma duodenale, que habitam o intestino humano e provocam a doença conhecida como amarelão.

Doenças infecciosas

Processos infecciosos causados por diferentes microrganismos – bactérias , fungos, protozoários , vermes e vírus – que penetram, se desenvolvem e se multiplicam no organismo humano. Quando o agente causador é um protozoário ou um verme, a doença infecciosa é chamada de parasitária.
Segundo seu aparecimento e evolução, as doenças infecciosas podem ser epidêmicas, endêmicas e pandêmicas. As doenças epidêmicas são aquelas com ocorrência de muitos casos num dado período e com tendência a desaparecer, como o dengue e a cólera. As endêmicas apresentam quantidade significativa de casos em certas regiões, como a malária na Amazônia. E as pandêmicas são as que têm muitos casos espalhados pelo planeta ou continente, como a Aids .
Uma parte das doenças infecciosas pode ser evitada com vacinas específicas e medidas de educação sanitária, como beber água fervida ou clorada e só comer verduras e legumes crus bem lavados.
Segundo o Ministério da Saúde, as doenças infecciosas e parasitárias foram responsáveis por 39.548 óbitos no país em 1995, o correspondente a 5,3% do total de mortes no ano.
Formas de contágio – As doenças infecciosas podem ser transmitidas por contato direto, indireto, por uma fonte comum contaminada ou por vetores (agentes que transmitem os microrganismos). Formas de contato direto são, por exemplo, muco ou gotículas de saliva expelidas ao tossir, espirrar ou falar. O contato indireto dá-se por vias como o uso compartilhado de determinados objetos. Fontes comuns contaminadas podem ser sangue (no caso de uma transfusão sanguínea), água e alimentos. Exemplos de vetores são mosquitos e caramujos. Várias doenças infecciosas têm mais de uma forma de contágio.
Parasitismo – Relação temporária entre seres de espécies diferentes, na qual um deles, o parasita, vive às custas do outro, o hospedeiro. Nessa associação, o parasita obtém alimento através do hospedeiro, que é prejudicado de alguma forma. Os parasitas mais comuns são os protozoários e os vermes. O parasitismo pode ser externo (ectoparasitismo), como piolhos, pulgas e carrapatos, ou interno (endoparasitismo), como protozoários e vermes.




















Capitulo Catorze

Bactérias

Ser vivo unicelular e microscópico, pertencente ao Reino Monera. Assim como todos os seres deste grupo, é formada por uma célula procarionte (desprovida de membrana nuclear). Por não apresentar o envoltório protetor do núcleo, o material genético (cromatina), constituído por uma única molécula de DNA (ácido desoxirribonucléico), encontra-se disperso no citoplasma. Apresenta membrana plasmática recoberta e protegida pela parede celular, de consistência gelatinosa. As bactérias causam várias doenças infecciosas . A transmissão pode ser feita pelo ar ou por contato direto (gotículas de saliva ou muco) ou indireto.
As bactérias podem ser classificadas segundo a forma. As esféricas são chamadas cocos; as alongadas em forma de bastão são os bacilos; as espiriladas, espirilos; e as em formato de meia-espiral denominam-se vibriões. Algumas espécies, para melhor desenvolverem as funções de nutrição e proteção, podem apresentar-se em agrupamentos celulares (colônias). Os agrupamentos podem ser aos pares (diplococos), em forma de colar (estreptococos) ou de cacho de uva (estafilococos). Muito resistentes a variações de temperatura e também a agentes químicos, algumas bactérias apresentam filamentos móveis chamados flagelos, para a locomoção. A maioria das doenças causadas por bactérias é tratada com antibióticos, substância produzida por microrganismos (os mais comuns são os fungos) ou sintetizada em laboratório, capazes de impedir o crescimento ou mesmo destruir as bactérias. Porém, o tratamento nem sempre é eficaz, pois elas desenvolvem resistência contra determinados medicamentos, que perdem seu efeito.
Algumas espécies de bactérias podem provocar doenças fatais. É o caso da Staphylococcus aureus (causa infecções de pele) e da Streptococcus beta hemolíticos (causadora da escarlatina), que estimulam a superativação dos linfócitos , os glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo. Ao produzirem grande quantidade de citosinas e óxido nítrico, causam um grave desequilíbrio na composição e circulação sanguínea , que pode resultar na morte do paciente. Este quadro clínico é conhecido como Síndrome da Reação Inflamatória Sistêmica (SIRS). Outros tipos, como a Escherichia coli (causadora de diarréia) e a Salmonella typhi (causadora da febre tifóide), que se alojam na região intestinal, podem atingir a circulação sanguínea e provocar uma infecção generalizada, que também pode levar à morte. Mas a maior parte das espécies de bactéria é benéfica ao homem. Elas são responsáveis, por exemplo, pela fixação do nitrogênio da atmosfera no solo, fundamental para o desenvolvimento das plantas. Também realizam a fermentação necessária para a fabricação de produtos como vinagres e queijos.

Exerc´´icios de Portguês para 7ª Séries do EF

Compreensão e Interpretação de Texto

Texto I

Pesquisa mostra que brasileiros comem mal
População, em que 63,1% das pessoas estão acima do peso, dispensa gralhados e verduras e “belisca” entre as refeições.

Entre julho e setembro,
foram entrevistadas em
suas casas, 2.179 pessoas
de todas as classes sociais
nas cinco regiões do país.
Por Ricardo Westin

Uma pesquisa feita nas cinco regiões do país mostra que os brasileiros não se alimentam de forma saudável. Comem frituras demais e dispensam grelhados e verduras. Fazem as refeições diante da televisão.
Gostam de ir a lanchonetes de fast food. Ingerem os alimentos rápidos, com pressa. E, quando podem, “beliscam” algum lanche fora de hora.
“A maioria da população tem hábitos muito ruins, que mais cedo ou mais tarde terão repercussões sérias na saúde”, diz o médico “Luiz Vicente Berti, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
A pesquisa que tratou os hábitos alimentares do brasileiro foi realizada a pedido dessa entidade médica pelo instituto de opinião Toledo & Associados. Entre julho e setembro do
ano passado, foram entrevistadas em suas casas, 2.179 pessoas de todas as classes sociais, nas cinco regiões do país. É um dos mais completos e abrangentes estudos desse tipo já feito no Brasil.

“A maioria das pessoas aprendem com a avó que a comida tem de ser pesada...Acham que comer bem é deixar o estômago cheio.”

Diante dos maus hábitos alimentares, a pesquisa apontou que 63,1% dos brasileiros estão acima do peso. Vivem no país cerca de 117 milhões de pessoas com sobrepeso ou obesidade.
As conseqüências dos erros na hora de comer são as chamadas doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão, o diabetes e os males do coração, que podem levar a morte se não tratadas.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, os brasileiros comem errado por pura falta de informação.
Um dos piores hábitos do brasileiro é fazer suas refeições diante da televisão.
A pesquisa mostra que 43% dos brasileiros come em frente da televisão.

“Esse é um grande erro, uma verdadeiro absurdo.”

Sônia Trecco
Nutricionista e chefe do Serviço de Atendimento Ambulatorial do Hospital das Clínicas de São Paulo.
As pessoas que assiste à televisão não presta a devida atenção ao que leva à boca. Não é raro a consumir mais alimentos do que o necessário, por simplesmente não ter se dado conta de que já passou do limite. Também há risco de atenta à novela ou ao noticiário, a pessoa não mastigar a comida adequadamente.
A nutricionista do HC lembra que cada vez mais as pessoas estão comendo diante do computador (principalmente os mais jovens), na Internet ou em jogos eletrônicos.

“Não é de pé, não é deitado, não é lendo revista.
Lugar de se alimentar é sentado na mesa, prestando atenção no que está comendo!”

Comida Rápida

Uma parte considerável dos entrevistados, 21% come com pressa.
È outro erro grave. O café da manhã do brasileiro dura em média 12 minutos. O almoço 22 minutos. E o jantar 23. Somada as três refeições não chegam à uma hora.
“É preciso mastigar bem a comida, com calma, porque a digestão começa pela boca.”

Os alimentos que são engolidos com pressa, sem a devida ação dos dentes e da saliva, acabam sobrecarregando o estômago. Com o tempo, quem come rápido demais pode sofrer incômodos de um refluxo e uma gastrite.

Fast food

12% dos brasileiros vão a esses estabelecimentos pelo menos uma vez por semana.

Folha de São Paulo
17 de fevereiro de 2008.












Compreensão e Interpretação
Texto I

1. O texto que você leu acima é uma reportagem que foi editada no jornal Folha de São Paulo em 17 de fevereiro de 2008. Sobre ela responda:

a) Do que se trata a reportagem?


b) Quem a escreveu?


c) Quantos por cento da população brasileira vai a restaurantes fast food?


d) Quantas, de onde e qual nível social eram as pessoas que foram entrevistadas?
2. Explique com suas palavras a frase “É preciso mastigar bem a comida, com calma, porque a digestão começa pela boca.”


3. Na sua opinião, porque as pessoas se alimentam mal?


4. Por quê lugar de se comer não é diante da TV, mas sentado na mesa?


5. E você? Tem uma boa alimentação? Escreva abaixo como é sua alimentação.


6. Quais são as conseqüências de uma pessoa que come rápido demais?


7. Procure no dicionário o significado das palavras abaixo:

a) Fast Food;


b) Refluxo;


c) Gastrite.





Texto II

A Bola
Luís Fernando Veríssimo

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar sua primeira bola do pai. Uma número cinco sem tento oficial de couro. Agora não era mais de couro. Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal!” Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
- Como é que liga? – perguntou.
- Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
- Não tem manual de instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.
- Não precisa de manual de instrução.
- O que é que ela faz?
- Ela não faz nada. Você é que faz alguma coisa com ela.
- O que?
- Controla, chuta...
- Ah, então é uma bola.
- Claro que é uma bola.
Uma bola, bola. Uma bola mesmo. Você pensou que fosse o quê?
- Nada não.
O garoto agradeceu, disse “Legal!” de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando um controle de videogame. Algo chamado Monster Ball, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo em que tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina.
O pai pegou a bola nova e ensaiou umas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente e chamou o garoto.
- Filho, olha.
O garoto disse “Legal” mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro do couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa idéia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.

VERISSIMO, Luís Fernando. Comédias da vida privada; edição especial para escolas.
Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 96-97. © by Luís Fernando Veríssimo





Compreensão e Interpretação
Texto II

1. Pode-se afirmar que a crônica de Luís Fernando Veríssimo tem caráter predominantemente narrativo? Por quê?


2. É possível afirmar que se baseia em fatos reais do cotidiano? Explique.


3. Indique um aspecto que pode ser considerado humorístico no texto.


4. Explique com suas palavras a provável crítica que, na sua opinião, essa crônica faz à realidade.


5. Transcreva uma frase ou expressão que confirma o caráter mais coloquial da linguagem nesse texto.